24 de dezembro de 2013

O ventar da dança



Da forma como dança a lua, eles se iluminaram para serem vistos pelas estrelas. Moveram-se de um lado a outro, eram três. E como não se conhecessem, cada um olhava para um lado e seguia ao próprio ritmo. As árvores de repente resolveram balançar e foi como se o Vento tivesse chegado cantando, diante do barulho que fez-se já.

Ele dançou com todos, fazendo as folhas caírem de tanto amor e a noite se apaixonar pelo seu toque de arrepios. Mas foi por ela que ele se encantou. Com as brisas ora fortes e fracas, fez com que o corpo dela tivesse a sensação de ser levado por um homem. Nesse momento, ela preferiu fechar os olhos e imaginar-se em um quarto escuro. Amou ao Vento, movimentando-se em um jogo de entrega, enquanto o próprio conduzia o ritmo. E no dia seguinte, aninhou-se ao edredom, enquanto se lembrava da música. 

Pois foi como se os três de repente se unissem novamente, em uma partilha de risos e companhia. E o Vento? Bem, esse ficou olhando de longe, até ir-se embora para conhecer outra e outro. Porque assim como eles, também adorava o ritmo do estar. E eles estavam, naquele instante, num permanecer da mágica que se concebe quando o viver de um minuto já vira saudade no seguinte. E quando o conversar desprendido se revela em momentos do conhecer sublime.

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