Playlist:
Canto de Ossanha
Frevo (pecadinho)
Tiro ao Álvaro
Vem
pra mim, neném. Teve vontade de
dizer ali naquela pista de dança. Vinícius cantava para eles, enquanto o rapaz
sambava bonito, jeito de carioca mesmo. E ela sorria longe, uma garrafa de
cerveja singela na mão, parecendo pouco abandonada pelos lábios tão rígidos. O
semblante sério de alguém que deveria mesmo era festejar. “Não, eu só vou se for pra ver uma estrela aparecer...”
— E qual o seu nome? Diga logo menina quieta,
com jeito de Minas, por estar assim tão distante, como se estivesse no alto
daquela montanha lá... — Ele disse, enquanto ainda se concentrava na música que
tocava. “Essa noite eu não quero saber de
você. Me esquece, deixa para lá.” Ora, mas ele queria tanto um “pecado quente”, “50 gramas de amor”, qualquer coisa assim. Não podia ser tão difícil.
Era? E ela ria do palhaço com jeito de dançarino. O rapaz, por sua vez, oferecia
tambores imaginários, dava-lhe o braço, um convite para que dançassem. Não
quer? Então vamos beber. Ali, na sacada. Quem sabe eu não posso ir chegando bem
juntinho...
Ah, e qual dama nunca sofreu dessas conversas
essenciais? Pois ela foi sorrindo mais largo, ele foi se assanhando, sambou
como um perfeito malandro, por saber exatamente o que queria. “De tanto levar flechada do teu olhar...”
As reticências dançaram com a música.
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