Sabe-se
lá o horário, a noite já está na metade. Eles andam juntos, riem, dizem
bobagens, admiram os loucos, são doidos. Em algum momento do escuro, acabam com
todos os cigarros, queimam-se na euforia, bebem alguns litros de uma bebida
gelada. Ficam bêbados. Alterados, pagam a conta sem sentir o preço. Pensam em
ir para além. Algum lugar quieto, falam. Não reparam que o céu está nublado,
sem estrelas. Para eles, os astros estão nos postes de luz. A cadência vem da conversa
que não diz nada, do intimo que surge na gargalhada alta, pronta a acordar
vizinhos, pronta a incomodar os passageiros incomodados.
Acendem-se,
vão compartilhando alegria, assim, como quem não quer nada. Falam sem parar,
soltam fumaça, risos, amor. Completam-se. Não são amigos de infância, mas naquele
momento, comportam-se como crianças, por serem tão inocentes assim.
Em algum
momento da noite, dividem-se. Uns bebem mais, outros preferem o sono em um
quarto quente. A magia está, porém, no sonho que sonham. Naquela viagem que vai
sempre para o improvável, porque não se limita. Os infinitos não veem o
horizonte, por estar perto demais. Mas olham tanto, que não percebem o muito. Ou
se percebem, ignoram por estarem tão felizes assim, nessa vontade de querer esse
conviver para sempre.
Rotina de quem
pensa sobre o quão belo pode ser o amanhã. Noite que se estende só para que
vivam mais tempo desse jeito assim. Poesia que surge sobre esse quinteto de uma
banda que não toca música, mas harmoniza o viver.
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