Não havia um conto
Fada, magia ou
duende
Havia mesmo a doente
Morreu num baque
Ninguém chorou
Foi enterrada no
parque
Não houve príncipe
Um carinho, uma
cura
A vida foi mesmo dura
Quem a beijou foi
um verme
Desses pegajosos
Tomou conta da derme
Criou buracos
Como cacos que
cortam
Fazem sangue e
borram
Houve um dinheiro
Uma herança
Capaz até de criar
ganância
Foi roubada,
levada
Havia carta
Mas foi deixada
Caro amado...
Quem?
Ele não se
importava
E lá na terra
Bem em baixo
A menina berra
Não existe cara
Perfume, beleza, acessórios
A feiura esbarra
Mata de nojo
Causa esse
desgosto
Não agrada ninguém
Gastam o dinheiro
Nem lembram da
pobre
Que morre
Morre em tudo
Infeliz, indiferente, talvez.
Ao mundo que não
lhe deu vez
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