24 de maio de 2012

Era uma vez


Não havia um conto
Fada, magia ou duende
Havia mesmo a doente

Morreu num baque
Ninguém chorou
Foi enterrada no parque


Não houve príncipe
Um carinho, uma cura
A vida foi mesmo dura

Quem a beijou foi um verme
Desses pegajosos
Tomou conta da derme

Criou buracos
Como cacos que cortam
Fazem sangue e borram

Houve um dinheiro
Uma herança
Capaz até de criar ganância

Foi roubada, levada
Havia carta
Mas foi deixada

Caro amado...
Quem?
Ele não se importava

E lá na terra
Bem em baixo
A menina berra

Não existe cara
Perfume, beleza, acessórios
A feiura esbarra

Mata de nojo
Causa esse desgosto
Não agrada ninguém

Gastam o dinheiro
Nem lembram da pobre
Que morre

Morre em tudo
Infeliz, indiferente, talvez.
Ao mundo que não lhe deu vez

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