5 de março de 2011

Você platônico

            Eu minto dizendo que não te amo e escrevo em diários as minhas novas supostas paixões. Apresento meus namorados para os meus amigos, mas acabo dispensando-os com uma semana ou duas de relacionamento. Você continua quieto, fazendo parte do meu grupo de amigos. Eu sei que você ama outra, e você sabe que eu te amo, não há como disfarçar. Você sorri quando me vê, e eu praticamente solto fogos de artifícios quando cruzo o meu olhar com o seu. Você é um cavaleiro, não comenta sobre o assunto, não discute a relação, e eu sou uma boba que não consegue esquecê-lo.
            No fim da noite nós sempre trocamos aquele olhar triste, que deseja que tudo fosse diferente, mas no final das contas sabemos que nunca vai ser. Você vai visitá-la aos domingos no cemitério, e eu nem sequer posso odiá-la. Digo a você que sempre estarei aqui para apóia-lo, e você murmura um “Eu sei” triste, que parte o meu coração. Pergunto se você deseja uma cerveja, e você pergunta a quem estamos nos enganando.
            Eu fico quieta, me despeço, e no final das contas choro no meu travesseiro. Você provavelmente está em casa nesse meio tempo, olhando para o retrato da sua esposa, sem nem sequer se lembrar de mim. E eu penso em você o tempo todo, feito uma boba, desejando que fosse diferente e sabendo que jamais vai ser.

1 comentários:

Gi Zamai disse...

Texto tocante, e mais real do que muitos possam pensar. Lembrou-me bem o livro que estarei publicando, que se chama: HISTÓRIA DE UM AMOR PLATÔNICO. Grande abraço

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