Tem coisas que acabam com a nossa vida, não é?
Quando somos crianças, possuímos uma certa ilusão à respeito das coisas. Acreditamos que o Papai Noel existe, que o velhinho da esquina é uma boa pessoa e não um pedófilo e que é a fada dos dentes que deixa a moeda no travesseiro. E mais do que tudo, acreditamos que o tomate é um legume.
Quando chegamos aos seis anos de idade, um primo faz o favor de contar que o Papai Noel é na verdade o tio Nicolau. Aos sete, acordamos quando nossos pais estão fazendo a troca do dente pela moeda. Não sei muito bem como sobrevivi a esses dois choques até hoje.
Aos oito anos de idade, em uma aula de Ciências, a professora começa a classificar os legumes em legumes e as frutas em frutas. É nesse momento que um dos maiores choques acontecem: Descobrimos que o tomate é uma fruta.
Você consegue entender o meu desespero? Frutas são doces, entende? Acho que nem agora, quando estou com meus 15 anos de idade e entendo a razão por trás da classificação e outras coisas mais consigo me conformar. Frutas são doces e legumes são salgados! Simples assim.
O maior choque de todos foi quando descobri que uma esponja era um animal. Isso aconteceu na aula de Ciências da sétima série. Eu sempre olhava para aqueles seres marinhos como plantas, afinal, eles são imóveis! O meu senso comum dizia que animais se mexiam e tinham olhos e bocas. Afirmar que uma esponja é um animal é acabar com a minha ilusão de toda uma vida!
Mas acho que não tem jeito mesmo. A melhor forma de enfrentar tal problema é esquecer e de vez em quando se revoltar com essa maldita classificação.
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