8 de julho de 2010

Mundo da ilusão

O som alto de Metallica soava em seus ouvidos enquanto levava a garrafa à boca. Somente assim conseguia aliviar-se, somente assim conseguia esquecer de todos os seus problemas. O mundo, lá fora, parecia longe e fora de sua realidade. Seu quarto era seu refúgio e aquela garrafa seu remédio. Balançava sua cabeça ao ritmo da música, mas aos poucos não ficava muito preocupado em acompanhá-la religiosamente. Seus reflexos o abandonavam e seu senso também. Bebia cada vez mais sem se preocupar com a quantidade, com a possibilidade de sua família descobrir ou com o fato de poder fazer uma besteira.
Estava no fundo do poço mesmo. O fato de estar negando a todos os ideais já não importava mais. Eles já estavam, há muito, esquecidos. A garrafa lhe encarregara do esquecimento. Só importava-se com aquela leveza que aos poucos tomava conta de si. Teria tomado há muito se não tivesse uma resistência muito forte ao álcool. Mas depois de uma garrafa, até mesmo ele, abandonava o mundo e juntava-se à ilusão. À ilusão de que não restava problema algum, à ilusão de que estava tudo perfeito, à ilusão de que o que fazia era o certo.
No entanto, o mundo da ilusão era somente isso, uma ilusão. Porque quando ele se levantasse da cadeira e resolvesse andar pelo mundo, falando o que queria falar decepcionaria muita gente. E o resultado disso não ficaria no mundo da ilusão, ficaria no mundo real e continuaria lá quando acordasse finalmente.

4 comentários:

Lorrayne Toebe disse...

O álcool tem o dom de deixar os ombros leves do peso do mundo que se carrega neles.

Rubens Alves disse...

Ombros leves mas cabeça bem pesada!!! Vai por mim

Isadora Muniz disse...

BEM pesada. Mas só depois, na hora é sempre legal.
Álcool, a causa e a solução de todos os problemas D=

Anônimo disse...

Adorei *-* Saudade Bells :(
P.S: Me lembrou um trechinho de Evermore!
Vê se aparece logo guria, tu faz falta u.u

Postar um comentário