26 de junho de 2010

Insano, ele

Livrou-se dela como se estivesse jogando lixo na lixeira. Empurrou-a quando esta tentou abraçá-lo. Surpreendeu-se consigo mesmo ao cometer tal atitude, mas não se desculpou. Estava com uma raiva extrema e apesar de ter perdido a razão ao cometer tal ato extremo, o erro da outra ainda lhe subia à cabeça.
“Nunca mais. Entenda isso. Nunca mais”
As palavras saíram calmas, porém cortantes. Era como se um psicopata estivesse matando sua vítima. Cortava a garganta de um modo que parecia até mesmo natural, sendo que se tratava de um crime fatal.
Talvez até estivesse com razão na teoria, mas com seus atos diante de tal posicionamento conseguia encontrar a mais errônea contradição. Tentando vingar-se errava de modo vergonhoso e digno de qualquer crítica que vinha a surgir.
“Nunca mais, ouviu?”
Mas ele não enxergava de tão tomado que estava por sua raiva. Não via que seu modo brusco de falar negava ao seu próprio eu e tornava mínimo o erro da outra.
“Pois bem, Dave. Vingue-se de mim em seus próprios pensamentos, mas me negarei a ouvir suas barbaridades.”
Ela, recuperada quando escutou a mesma frase pela terceira vez, reagiu. Tornou-se novamente ela. Forte e imbatível, enquanto ele continuava a ser outro. Ela afastou-se e quando o mesmo voltou a si já era tarde demais. Porque ficara tempo demais em uma personalidade que não era sua. Em uma personalidade que ela, mesmo errada, se recusaria a aceitar.

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