11 de novembro de 2009

Bonequinhos de chumbo

O menino virou o saco de soldadinhos e todos se espalharam pelo chão de forma desordenada. Eram soldadinhos de chumbo, não muito luxuosos, mas também não lá muito simples. Haviam sido adquiridos por um preço mediano, mas o pequeno garoto não ligava para aquilo e sim para seu significado.

Era interessante o que acontecia quando pegava aqueles bonequinhos. Parecia acontecer uma certa mágica que trazia ao irmão mais velho de volta, embora Charles estivesse suficientemente grandinho para saber que aquilo era impossível. No entanto, aquilo simplesmente acontecia. O menino parecia ser consumido pela onda de calma que o irmão transmitia por onde quer que passasse e todos os seus problemas e perdições pareciam não existir por aquela fração do dia.

E ali estava ele manuseando seus velhos brinquedos. Quando tirava o saquinho da última prateleira só podia significar que passava algum tipo de problema e queria esquecer. O menino pegou bonequinho por bonequinho e começou a posicioná-los em uma perfeita linha reta e aí a onda de calma o consumiu... Fingiu não perceber aquela mágica, já que sempre que tentava desvendá-la a perdia por entre os dedos, e continuou a brincar com os seus tão familiaries bonequinhos de chumbo.

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