20 de outubro de 2009

O ataque inesperado

Respirou fundo e afrouxou a gravata que fora obrigado a usar durante o dia inteiro. Era esse o problema de se fazer negócios. Exigia uma roupa formal, até mesmo quando os negócios eram entre criminosos.
Fechou os olhos e deitou-se no sofá velho da sua sala mal iluminada. O dia havia sido muito cansativo e os acontecimentos daquele dia precisavam ser repensados. Mal fechou os olhos e o telefone tocou. Ele atendeu logo no primeiro toque, não havia tempo para enrolações. Tinha que ser a notícia.
__ Ele escapou. Fuja! __ disse a voz do outro lado da linha __ Deve ir atrás de você.
O homem arregalou os olhos, assustado. Como assim ele havia fugido? Suas ordens haviam sido perfeitas e não havia nenhuma possibilidade de fuga. Ou havia?
__ Fugir para onde? __ perguntou, tentando controlar o nervosismo.
__ E eu que vou saber, Leonardo? __ exclamou o homem __ Apenas fuja!
Antes que Leonardo pudesse fazer outra pergunta, ouviu-se tiros do lado de fora de sua casa e o grito agoniado de um de seus seguranças. A coisa estava tão feia assim? Leonardo não pôde responder suas perguntas mentais, já que naquela mesma hora começaram a bater contra a porta, tentando arromba-la.
Leonardo imediatamente pulou para trás do sofá e pegou a arma que carregava no bolso. Não era uma pistola lá muito poderosa, mas teria que servir.
Quem quer que estivesse o atacando rompeu quarto adentro e a porta caindo no chão denunciou sua presença. Leonardo deu uma rápida olhada para ver quem era. O rosto não familiar o fez chegar a concluir que o homem era apenas um mero contratado. Esse fato não era surpresa alguma.
Nem sequer tentou algum tipo de negociação. Os homens que eram mandados para fazer esse tipo de serviço eram normalmente fiéis e recebiam grande recompensa pelo serviço prestado. Ele então, apenas atirou. Mirou o máximo que pôde, mas o homem movimentava-se pela sala e também tentava atirar nele.
Droga. Leonardo não pôde deixar de pensar enquanto colocava mais balas na arma já sem munição.
A baixa guarda de Leonardo foi o bastante para despertar a reação imediata do atacante. O mesmo pulou sobre o sofá e atirou na mão de Leonardo, fazendo-o largar a arma. A última coisa que Leonardo viu foi o sorriso frio do atacante e a última coisa que sentiu foram mãos fortes carregando-o para fora de sua casa.
Ele não fazia a menor ideia do que aconteceria com ele em seguida, mas sabia que por mais que sobrevivesse por um tempo não sobreviveria por muito. Esses homens normalmente deixavam uma pessoa viver até conseguirem o que queriam e depois encerravam o serviço de maneira fria e calculista.

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