23 de outubro de 2009

À não tão querida assim nação brasileira

Olá, meu povo

Venho através desta carta ressaltar o porquê de minha renúncia. Sei que minha atitude causou muito choque a todos e até mesmo boatos desagradáveis. Como nunca gostei de nenhum tipo de mentira, vou dizer nada mais do que a verdade. Doa a quem doer e agrade a quem agradar. Espero que não fiquem ofendidos, já que o que está aqui é nada mais do que meu ponto de vista.
Desde o princípio meus ideais eram os de melhorar o país. Limpá-lo desta sujeira que todos tanto reclamam. Fiz uma reforma na imprensa para tirá-la das mãos dos grandes empresários, fiz uma reforma no salário, igualando-o entre os diversos setores da melhor forma possível e fiz o possível para melhorar a economia. Mas é óbvio que essas reformas não vão agradar a todos, porque é assim que funciona. Algo pode receber mais investimento e a outra parte ficar sem investimento algum. Não há outro jeito. Não existe um modo de deixar tudo perfeito, não existe um jeito de agradar a todos.
Isso não foi surpresa para mim. Desagradar a alguns e receber críticas da imprensa ou de qualquer outro meio de comunicação não me causou espanto nenhum. Acontece que para tudo há um limite. O povo brasileiro já ultrapassou esse limite.
O que acho interessante é a facilidade com a qual vocês — Sim, agora mudei o sujeito. Estou falando diretamente com vocês e não dirigindo ao povo brasileiro como se fosse algo de outro mundo. — reclamam. Se o salário está baixo e não recebem uma promoção a culpa é do chefe carrasco. Se não passam no vestibular a culpa é das cotas ou de qualquer outro problema no programa de seleção. Se trabalham demais reclamam da falta de tempo. Se trabalham de menos reclamam da falta de emprego.
Cheguei à conclusão que o problema não é do país e sim do povo. Ficou muito fácil para vocês colocar a culpa no outro e não em si próprios. Espero que essa carta e minha renúncia provoquem alguma reflexão. Espero que aprendam com os próximos presidentes corruptos que vierem que a culpa é somente de vocês. O porque? Democracia, meu caro povo. Antes de tudo são vocês quem escolhem o governo que vai governá-los.
Passar bem,

Presidenta Cristina Hill

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