1 de abril de 2013

Dele e doutro



            Pois não é que foi transportado? Disseram que isso aconteceria, mas não acreditou. Ele, o outro, todos. Em tantos acordes de violão, foram viajando naquelas ondas sonoras. Até que o silêncio chegou mudo, laçou-os pela mão e os fez parar no ar. O destino era o fim daquelas notas todas. Esperaram inertes na última pose pelo próximo sinal. A nova música não tardou a chegar, levando-os novamente para bem longe. Depois? Surpresa! Estavam era no mesmo lugar.

            Será que sonho?
            Tá aí o encanto da música.
           A verdade é que essa arte nos embala até não poder mais. E vamos dançando, assim, abraçados nos breves silêncios que nos fazem, infelizmente, acordar. Eu não quero levantar nunca, vai me envolvendo, doce voz, vai me tirando de mim, porque eu não desejo mais volta.
          Fechemos os olhos nessa outra música para memorizar o infinito dessa canção. Porque quando ela acabar, eu não vou ser mais eu. Serei um pouco dele, do outro, de nós. Serei um pouco de todos que ficaram aqui juntos a mim, partilhando a mesma dança no ar. 

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