Pois
não é que foi transportado? Disseram que isso aconteceria, mas não acreditou.
Ele, o outro, todos. Em tantos acordes de violão, foram viajando naquelas ondas
sonoras. Até que o silêncio chegou mudo, laçou-os pela mão e os fez parar no
ar. O destino era o fim daquelas notas todas. Esperaram inertes na última pose
pelo próximo sinal. A nova música não tardou a chegar, levando-os novamente
para bem longe. Depois? Surpresa! Estavam era no mesmo lugar.
Será que sonho?
Tá aí o encanto da música.
A verdade é que essa arte nos embala
até não poder mais. E vamos dançando, assim, abraçados nos breves silêncios que
nos fazem, infelizmente, acordar. Eu não quero levantar nunca, vai me
envolvendo, doce voz, vai me tirando de mim, porque eu não desejo mais volta.
Fechemos os olhos nessa outra música
para memorizar o infinito dessa canção. Porque quando ela acabar, eu não vou
ser mais eu. Serei um pouco dele, do outro, de nós. Serei um pouco de todos que
ficaram aqui juntos a mim, partilhando a mesma dança no ar.
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