17 de março de 2012

A estatística das histórias

Uma explosão de cores e destruição. Gritos formavam a trilha sonora de uma realidade desconhecida. Ninguém sobrevivia para contar. Um filme sem nome, e com um final. O término entra em contraste com o início de vidas que um dia tiveram um propósito. Fotografias ilustram os personagens. Mães segurando os seus filhos no colo. Avôs passando a experiência da primeira cavalgada para seus netos. O menino rindo com o seu primeiro carrinho. A enfermeira tratando de poucos doentes. O advogado segurando o seu diploma de graduado. A dezena. As centenas. Os milhares. Os... Vidas representadas por uma estatística que não contava histórias. Uma matemática incompleta. O número não tinha cara, nem família ou profissão. Mas os milhares de Josés espalhados pelo meu Brasil tinham identidades múltiplas, marcadas pelas diferentes personalidades.

Ao longe, os gritos perdiam-se ao vento, quando a onda sonora alcançava o infinito, depois despedaçava-se, encontrando o esquecimento.

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