27 de janeiro de 2011

Querido John,

ㅤㅤㅤÉ impressionante a capacidade que eu tenho de mentir, até mesmo ao escrever o nome do destinatário. A quem estou enganando, afinal? Não existe um John, apenas você. Como consegue fazer isso comigo? Pergunto-me isso todas as noites, sem chegar a uma resposta certa. Nenhum homem jamais conseguiu deixar-me em tal insegurança ou em tal dúvida.
ㅤㅤㅤNunca tivemos diálogos extensos ou profundos, então através da conversa não foi. Talvez tenha sido o seu jeito. Sorriso sempre presente, um olhar que possui um misto de menino inocente, perdido e sabido. Suas gracinhas, que conseguem deixar-me sem graça e sem saber ao certo como reagir. Pois não há como reagir! Sinto-me como se tivesse novamente com dez anos, na presença de um meninote qualquer que me deixava trêmula, enquanto eu jurava para mim mesma que era ele e que sempre seria ele que possuiria meu coração.
ㅤㅤㅤPorém, eu não tenho mais dez anos. Pode não parecer muito, mas meus dezesseis anos já estão batendo na porta. E devo estar nesse amor ignorado desde os catorze. Saiba que tentei esquecê-lo, devo dizer. Cheguei até mesmo a trocar beijos com um francês. Mas não adianta. Não consigo parar de pensar em você.
ㅤㅤㅤTracei outros planos, estabelecendo até mesmo uma ordem de interesses. No entanto, é você quem continua sendo o plano A, enquanto Paul fica como B e George atinge a colocação C.
ㅤㅤㅤPensei em declarar-me pessoalmente, mas não há jeito. Minha mente continua criando milhares de problemas, questões e dúvidas. A verdade é que tenho medo. E com isso, acaba que me entrego a um mundo de ilusões, em que cito os nomes de parte dos membros da minha banda favorita. 
ㅤㅤㅤUm dia eu talvez tenha coragem. Quando esse dia chegar, prometo que não escreverei cartas para um John qualquer, e sim para você.
Com amor,
Sarah

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