Segundo muitos estudiosos, que mais tarde se tornariam verdadeiros profetas, haveria um tempo em que vários recursos naturais como água e combustível se esgotariam. De fato, houve esse tempo, mas nenhum estudioso imaginou que a situação fosse se tornar tão insuportável.
Foi a época em que o ser humano deixou toda a razão de lado e voltou no tempo em que os humanos juntavam-se aos animais pela busca pelo alimento.
As cidades ficaram em ruínas, já que o cuidado pela moradia já não era nem um pouco necessário. As fábricas foram abandonadas. Os humanos defendiam as terras disponíveis, que eram poucas, para conseguir algum alimento. A água era mais cara do que o ouro, e o ouro em si, nem existia mais.
As pessoas falavam-se apenas para negociação, não havia mais filhos, já que tê-los era a mesma coisa que assinar um contrato de falência. O mundo em si era dominado por idosos que tentavam, a todo custo, sobreviver.
Os animais eram poucos e os poucos que ainda existiam, acabavam a cada dia mais. A busca pelo alimento era tão complexa que os humanos tiveram que voltar ao tempo da caça e da comida crua.
Afinal, se não havia nenhum tipo de combustível, como haveria energia? Às vezes até acendiam fogo para fazer o alimento, mas o mundo era tão traiçoeiro que o luxo de permanecer em um lugar, esperando que o alimento ficasse comestível, era raro. O risco de um roubo era alto demais.
Os humanos nem sequer sabiam mais como ler ou escrever. Os livros tinham páginas velhas e esquecidas.
Um deles estava aberto, em cima de uma mesa de uma das bibliotecas esquecidas, e um humano raro, ainda dotado do dom do conhecimento, escreveu:
“Houve um tempo em que a mudança era possível. Mas também houve um tempo que o egoísmo prevaleceu.”
Fechou o livro, sem esperança de que aquelas frases fossem ser lidas um dia. Na verdade, estava sem esperança de nada. O tempo de ter esse sentimento já havia passado, há muito.
Deitou-se no chão, e assim como muitos outros, tentou dormir, para esquecer a fome e a sede que sentia.
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1 comentários:
Nossa! Tomara que esse tempo nunca chegue, emobra não seja imossível.
Belo texto,
Abraços...
Yon
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