4 de janeiro de 2010

Guerra

O homem andava enquanto focava-se em outras coisas para não sentir a dor de seus pés. No entanto, apesar de tal esforço, a dor continuava a martelar, como se não houvesse outra coisa que importasse a não ser ela própria.

Ele estava exausto.

Pensara que depois de um ou dois anos a guerra finalmente estaria acabada, mas se enganou. Mesmo com a utilização de armas fora de descrição havia durado muito mais. Cinco anos. Não sabia como havia sobrevivido durante tanto tempo diante de tantos bombardeios em sua cidade, mas conseguiu. Os metrôs se mostraram bem mais eficientes do que imaginava e acabaram por garantir a sobrevivência de cerca de 30% da população da cidade.

30%, meu deus, apenas 30%! A cidade havia sido completamente dominada pelo Devian e apesar de odiar aquilo, o fato nem sequer passava por sua cabeça.

Havia morte e destruição demais para sentir o ódio da derrota na guerra. A ausência da vida estava por toda parte, era algo chocante e ao mesmo tempo...

...assustador.

As poucas pessoas que andavam pelas ruas estavam com a face em lágrimas enquanto se lembravam dos entes queridos ou simplesmente se entregavam na tristeza gerada pela destruição.

A guerra havia feito com que as pessoas focassem-se apenas em sobreviver e agora que havia acabado, finalmente haveria espaço na mente das pessoas para que refletissem tudo o que havia ocorrido.

Fora desumano.

O Devian havia se superado. Palmas para ele! Conseguiu destruir lares e famílias, apenas por uma porção territorial estratégica. Palmas, palmas, palmas! Conseguiu o que finalmente quis!

Josh então começou a sentir finalmente a raiva misturada com o desejo de vingança. Mas do que adiantava o sonho de vingança quando a realidade de que a possibilidade era nula batia na porta antes que pudesse sonhar um pouco mais alto?

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