29 de janeiro de 2010

Egoísmo solitário

Julgava merecer a solidão porque sempre a quis. No entanto, tanto quis que a teve até que chegasse a um ponto que tal estado se tornasse insuportável. Mas agora era imutável. Sua filosofia de vida grudara-se nele de tal forma que era impossível escapar. Inevitavelmente acabava entregando-se aos mesmos pensamentos mesquinhos e conseguia fugir. Mas o modo de fuga era feito uma droga. Funcionava por determinado momento, mas ao levantar-se noutro dia e ver o outro lado de sua cama vazio ou habitado por uma mulher pela qual não tinha a mínima consideração acabava voltando à realidade.

A mesma dura e triste realidade.

E ele tentava mudar, mas a ideologia era somente aquilo... Ideologia. Era como uma criança que se entregava ao ideal de salvar o mundo, mas após a primeira semana de boas ações acabava voltando às brincadeiras infantis.

Era isso o que acontecia. Empenhava-se por um tempo ou outro em encontrar alguém com quem pudesse dividir a vida, mas logo voltava para sua vida egoísta e solitária.

2 comentários:

Carolina Magalhães disse...

Nossa, esse texto bate muito comigo.. tem tudo a ver.

Marco Aurélio. disse...

Muito bom o texto.....solidão é algo que me interessa, sempre.

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