15 de dezembro de 2009

Falta

Ele escutava a música sem senti-la, fator inédito, mas que não recebia nenhuma atenção. Colocava a música mais por costume, porém, a melodia não tinha para ele valor algum. Estava morto, vazio, destruído.

Jared não era do tipo que sofria por amor, já que nunca de fato começava a amar. O que fazia era apenas ficar em seu mundo particular sem se inteirar do que estava acontecendo no mundo lá fora. Era um artista perturbado, sem muita experiência de vida, mas que tentava passar essa falta de vida para o papel. A falta do saber do amar, a falta do saber sobre a amizade, a falta de tudo, tudo, tudo!

Mas agora não havia falta.

Havia uma presença insuportável que não sabia como lidar. Era a presença do amor não correspondido, do coração sofrido, do mundo perdido. Seu mundo parecia cheio, mas de coisas que preferia nunca ter.

E ele tentava pintar, mas não sabia retratar a presença. Conseguia se expressar somente com a falta. No entanto, aquela falta era uma coisa que com certeza não teria mais.

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