26 de dezembro de 2009

Destruição

E os milhares de sofrimentos que vão pra puta que pariu.

Edgar falava alto enquanto mantinha-se em uma posição inerte na frente do computador. Somente seus lábios que se movimentavam vez ou outra traziam a certeza de que estava vivo. Mas vivo no sentido de ter um coração pulsando dentro do peito, de estar respirando. No entanto, o emocional fugia à regra. Seu coração do sentido figurado estava destruído e seus olhos profundos e sem vida alguma davam a certeza de que a metáfora era de fato real.

Ele estava em pedaços.

Tentava arranjar uma forma de se confortar escrevendo, como sempre fizera. Explorara sua tristeza escrevendo livros que acabaram por virar verdadeiros best sellers e que chegavam a tirar lágrimas até do mais maléfico demônio.

Mas o jovem poeta já não conseguia escrever mais.

Sua destruição interna havia chegado a um ponto em que nada conseguia sair de dentro de si. Chegara a gostar tanto de habitar seu íntimo que já não havia mais nada que a tirasse de lá.

Nem mesmo Edgar sabia se queria abrir mão do sofrimento como companhia.

Ele não tinha mais nada, estava completamente sozinho. Culpa dele, era isso o que mais o irritava. Chegara ao ponto que ficara tão egoísta a ponto de preferir o sofrimento, pois só assim conseguia escrever. E se isolara de todos pouco a pouco até não ter mais ninguém.

Jovem solitário e tolo... Não merece nem sequer a morte!

E se xingava em seu solilóquio como uma tentativa frustrada de descontar sua raiva por si mesmo.

1 comentários:

El Diniz disse...

oi...qria mto q por faor vc me ajudasse a colocar foto por tras da postagens,passo a paso...já tentei de tudo mais n consegui!me ajuda por favor!

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