Estavam, acima de tudo, brigados. Era como se a vida de ambos estivesse congelada naquele conflito sem fim. Os amigos do casal nunca julgavam haver Laura sem Carlos e Carlos sem Laura. Agora havia, mas ao mesmo tempo não existia.
Um não existia sem o outro e dava para ver pelo jeito que se portavam ou levavam a vida após a decisão final. Ela, sentada no sofá da sala ao lado do telefone à espera de uma ligação. E ele, com música alta em seus ouvidos, socava seu boneco de musculação que não usava fazia anos.
Ambos, no íntimo, sentiam vontade de se encontrar e resolver tudo. Apesar disso, o orgulho impedia que tal fato acontecesse. Encontravam-se, então, definhando.
Eram vizinhos e separados por apenas um corredor. Apenas alguns passos levariam ao outro. Talvez fosse essa a maior dificuldade, saber que a distância era grande devido ao obstáculo, mas pequena devido à proximidade.
Esperaram por mais alguns minutos, e depois, incapazes de agüentar, encontraram-se ao corredor. Era como se tudo houvesse sido combinado. Mas não fora. Tratava-se, apenas, daquilo que os amigos antes mencionavam. A mágica impossível e jamais vista que unia o casal.
Abraçaram-se e desculparam-se, sem nem sequer se lembrar de quem fora a culpa.
21 de novembro de 2010
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1 comentários:
Pequena e fulminante estória de amor!
Abraços,
Yon
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