Baseado em fatos reais
O rapaz vestia-se com um jaleco branco, bem a caráter dos médicos. A única coisa que o diferenciava era o nariz de palhaço vermelho que utilizava. Tal acessório não se devia a qualquer tipo de gozação e sim à sua profissão. Transmitia a alegria a quem precisasse e tinha que admitir que fazia isso com prazer. Aliviava-se ao ver que um garotinho com câncer ria de uma forma que crianças normais riam ou quando velhinhos se animavam de uma forma quase impossível para a idade.
Entrou dessa vez no quarto da mulher sabendo que a mesma sofria de um câncer terminal. Como sempre, tentava não pensar em tal doença e focar-se somente em seu objetivo principal: Fazer as pessoas rirem.
Abriu a porta devagarzinho como sempre fazia e quando estava apenas com uma fresta aberta, colocou sua cabeça para dentro e disse com um sorriso no rosto:
—Olá, dona Irene! Vim aqui pra fazer a sua alegria! Adivinha quem é?
— Quem? — a mulher disse em uma voz tão fraca que chegava a ser quase inaudível.
Jonathan abriu a porta de uma vez só, dando um empurrão com o pé na mesma. E entrou dançando e rindo.
— O doutor da loucura! Vim aqui para lhe levar para o fantástico mundo dos loucos!
A mulher que estava deitada sobre a cama do hospital apenas suspirou de uma forma triste, sem parecer nem um pouco interessada no número de comédia que o rapaz tentava lhe fazer. Para a surpresa de Jonathan, ela apenas disse em resposta à fala do mesmo:
— Eu sei que você está aqui para me fazer rir porque vou morrer. Não precisa, está bem? Ao invés disso, você pode, por favor, sentar-se aqui do meu lado e segurar a minha mão?
Jonathan ficou paralisado no centro do quarto com o sorriso congelado no rosto. Demorou um pouco para processar a frase, porém, tentou fazer isso de uma forma rápida para não mostrar a tristeza incalculável que sentia.
— Sem problemas.
Avançou para a cadeira ao lado de dona Irene e pegou a sua mão. Esta parecia insuportavelmente fria, mas Jonathan tentou ignorar o fato.
12 de fevereiro de 2010
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3 comentários:
Não achei certo a conclusão,ele deveria continuar cumprindo com seu objetivo...Por sinal,isso me lembrou Patch Adams,um dos melhores filmes que já assisti.
Calvin Watterson www.finalzindefesta.blogspot.com
Achei muito legal o texto e o final surpreendeu um pouco. Parabéns!
Abraço: Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com .
Doutores da alegria é um grupo que realmente trabalha pelos hospitais brasileiros e é lindo de ver.
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