— Eu te amo — ela disse durante uma pausa de um beijo e outro.
— Também gosto de você.
Ele sorriu como se estivesse fazendo a mais completa declaração de amor. Ela, por sua vez, interrompeu o abraço, levantou-se em um ato brusco e o encarou de uma maneira raivosa. E ele mantinha-se sorrindo, encantado pela garota como sempre ficava.
— Por que você nunca diz “Eu te amo?”— a garota soltou a frase da mesma forma brusca, colocando para fora algo que a incomodava há muito tempo.
Ele riu da maneira angelical de sempre, mas ao invés de ela se derreter como de costume, apenas mostrou sinal de irritação. Manteve-se inalterável enquanto o encarava e esperava uma resposta.
— Porque não quero que o sentimento perca o valor que lhe dou.
— Como assim?
— Só vou dizer “Eu te amo” quando te amar tempo suficiente para ter certeza que é com você que vou ter meus filhos e meus netos e que é com você que vou viver o resto da minha vida.
Ela ficou muda por um tempo, sem saber ao certo o que dizer, mas depois disse:
— Tenho certeza que te amo.
— Tenho certeza que gosto de você.
E ela novamente se irritou e ele novamente riu.
— Não desmereça meu “gosto de você”, nunca disse isso para nenhuma outra garota.
Mas ela não se convenceu, porque queria ouvir ao tão raro “Eu te amo” do rapaz.
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