17 de janeiro de 2010

Desabafo de uma escritora bloqueada

     Nunca pensei que sofreria um bloqueio de escritor. Sempre achei que isso fosse uma forma de apelidar a preguiça de redigir. Bloqueio, bloqueio, bloqueio! Nunca imaginei que tal coisa fosse real. As palavras eram tão abundantes para mim que eu chegava a nem sequer pensar no que estava escrevendo. Simplesmente deixava-me levar pelos dedos em busca do mundo que eu queria criar. Era tudo muito rápido. Muitas vezes nem chegava a reler meus trabalhos por preguiça de rever algo pelo qual eu estava tão familiarizada. No entanto, esse tão conhecido bloqueio de escritor chegou. Não sei como, mas simplesmente veio. Já não consigo escrever com a mesma qualidade e nem com a mesma frequência de antes. Não encontro um assunto, não encontro as palavras... Não encontro... EU NÃO ENCONTRO. É simplesmente frustrante você abrir uma tela do word e ficar parada encarando a folha em branco sem saber como preenchê-la. E hoje em dia sei o que é bloqueio. Não é preguiça, é a impotência. E é a pior sensação do mundo.
     Escrever é a minha vida, a única coisa pela qual eu sinto um prazer inigualável em fazer. Ver as palavras escaparem pelos meus dedos com tamanha facilidade me deixa ainda mais deprimida. Sei que foi a depressão que as tirou de mim, mas também sei que essa perda causou uma dor ainda mais profunda.
     Não sei o que fazer.
     Talvez seja uma coisa momentânea, e só. Mas ainda assim a ideia parece ser tão amedrontadora que sinto-me vazia só de estar no computador. As coisas que eu antes fazia através dessa tela já não possuem mais graça, porque sei que o principal já não posso fazer. Escrever, escrever, escrever! Eu gostava tanto que nem há como definir tamanha perda em meu ser.

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