20 de outubro de 2009

Um dia daqueles

Às vezes querer agradar não é o bastante. Principalmente quando você se prejudica quando tenta agradar a alguém e principalmente quando você pensa que vai ter um bom dia realizando essa boa ação, mas tudo o que você passa te faz lembrar da maldita lei de murphy. “Se alguma coisa pode dar errado, dará.” Quem diabos inventou essa lei? É seu primeiro questionamento, mas você não para pra pensar muito naquilo, já que outra coisa ainda pior acontece.
Foi isso o que aconteceu naquela manhã de Sábado. Ir pescar com seu pai em plena 7 horas da matina pareceu uma boa ideia para Sophia. Pensou que visitar o Pongal seria uma ótima forma de relaxar. Cachoeira, pescaria, bronzeado e livros foram as primeiras coisas que passaram por sua cabeça quando seu pai lhe chamou para pescar. Claro que nada é como as pessoas imaginam. É pior, muito pior.
Quando chegou no local, tudo o que viu foi mato e o Rio não era próximo como ela imaginava, parecia estar há quilômetros de distância. Teve que andar atrás do pai sem reclamar e tentou não pensar na fome que começava a incomodá-la. Estava ali como companhia, afinal. Não podia atrapalhar.
O mato ia até metade da perna e começava a pinicar, o short dela era curto e seu calçado era um simples chinelo de dedo. Tudo parecia conspirar para piorar sua situação. Foi quando resolveu intregar os pontos a Deus. Tudo bem, já tinha entendido. Ele queria sacaneá-la! Castiga-la por ter colado na prova de história. Você venceu! Disse para si mesma em uma conversa muda com Deus. Agora deixa eu ter um Sábado legal!
Mas é claro que não teve. Não andou nem três passos e sentiu algo molhado aos seus pés. Olhou para baixo e notou que seu pé estava em uma poça de barro nada pequena. O pé afundou na poça e ele ficou completamente sujo. Suas unhas feitas recentemente estavam arruinadas, já devia ter adivinhado. Quando o tirou e começou a caminhar, o pé não parava no chinelo, já que a lama fazia o pé escorregar para todos os lados, menos para o centro do chinelo. Resolveu tirar o chinelo, mas não foi lá uma boa ideia. Um exército de formigas resolveu se aproveitar de sua situação precária e a mordeu de todas as formas possível. Começou a gritar feito louca e escutou um murmúrio nada satisfeito do pai.
— Não está vendo a vaca? Ela pode ser pegadeira. Para de gritar porque pode provoca-la.
Sophia fez justamente o contrário. Já não agüentava mais aquilo. Tudo o que queria era uma manhã relaxante. Só isso! Era pedir demais?
— O que diabos é vaca pegadeira?!
— É uma vaca que corre atrás, mas relaxa... Se ela te perseguir é só você pular no rio — ele respondeu, sem dar muita importância.
Como se a vaca tivesse escutado aos temores de Sophia e quisesse provar que ela tinha razão de ter medo, começou a correr na direção de Sophia e ela só pôde fazer o que seu pai sugeriu que fizesse. Pular no rio.
A água poluída não ajudou muito para melhorar seu humor.

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